No dia 06 de maio o Hospital Baía Sul, em parceria com a Clínica Materno Fetal e com a Maternidade Santa Helena, realizamos a primeira cirurgia intrauterina na instituição, um procedimento completamente inédito em Florianópolis.
O procedimento tem como objetivo corrigir malformações do feto ainda no útero da mãe, prevenindo maiores complicações no desenvolvimento pós-natal. Hoje, os dois procedimentos mais realizados são a correção intra-útero da mielomeningocele e a ablação dos vasos placentário na transfusão feto fetal.
A mielomeningocele ou também conhecida como espinha bífida aberta, é uma anomalia congênita que consiste em uma abertura na coluna do feto, expondo as raízes nervosas da medula ao líquido amniótico, que pode levar a paralisia dos membros inferiores e a hidrocefalia, devido à dificuldade de circulação do líquido cerebral.
A ablação dos vasos placentários é realizada nos casos de gestação gemelar monocoriônica diamniótica onde ocorre transfusão feto fetal entre os gêmeos que compartilham a mesma placenta, caso ocorra um desequilíbrio na troca sanguínea entre os fetos, é possível fazer a ablação de vasos placentários com o uso de um laser, através de uma pequena incisão.
Aqui no hospital, a cirurgia foi realizada a Comando do Doutor Fábio Peralta, referência neste procedimento no Brasil, segundo ele “Hoje, vários problemas do feto podem ser tratados antes da criança nascer, e isso melhora muito a chance de sobrevida das crianças e a qualidade de vida. A mielomeningocele é a condição fetal mais frequente que pode ser tratada intraútero e melhora demais o prognóstico da criança. ”
“A cirurgia foi um sucesso, seguindo todos os protocolos necessários para que a mesma ocorresse sem nenhuma intercorrência. Hoje a paciente encontra-se na 29 semana de gestação, aguardando a chegada do Theo, que teve sua história de vida transformada por esse procedimento”, destaca a Dra. Marlen Cristiane Laske Triches, médica especialista em medicina fetal da clínica Materno Fetal. “As cirurgias intra uterinas vem aumentado gradativamente, principalmente devido ao aprimoramento das técnicas cirúrgicas e do diagnóstico ultrassonográfico cada vez mais precoce”, completa.